
A terceira mesa do encontro de coprodução reuniu representantes de importantes festivais internacionais em conversa sobre momentos de transição
A manhã de domingo no 9º Encontro de Coprodução do Mercosul, Especial Ibero-América – ECM+LAB 2025 contou com a mesa Festivais em Transição. Realizada no Majestic Palace Hotel, a discussão abordou sobre o mercado audiovisual e alianças em tempos de reconfiguração, destacando maneiras de os festivais se reinventarem para seguir relevantes, ocupar novos espaços e gerar circuitos diversos e sustentáveis.
A conversa foi mediada por Tiago Santos, diretor executivo da Panvision, que iniciou a mesa agradecendo os diversos apoios que tornam possível a realização do evento de mercado audiovisual em Florianópolis. Em seguida, passou a palavra aos profissionais presentes na mesa, que compartilharam sobre o início de seus festivais e eventos de mercado, as motivações, desafios e relevância no mercado.
“Festivais são experiências. A experiência de poder ir ao cinema, ver uma exibição com um representante do filme; o acender das luzes após a sessão e a expectativa dos aplausos — ou não — da plateia. Por isso temos o propósito de nos conectar com as diversas audiências através do conteúdo. Não somos um festival acadêmico, nem semiótico, que vai colocar em jogo a intelectualidade das pessoas. Creio que como criadores temos que aproximá-los”, destacou Gabriela Sandoval, da Santiago International Film Festival – SANFIC.
Ao tratar da experiência e propósitos do Festival Internacional de Cine en Guadalajara – FICG, Alfonso Miller complementou a declaração de Gabriela, sobre a necessidade de conexão com o público. “Falando sobre festivais em transformação, nosso objetivo primordial no festival é conectar a audiência com o filme. Não há nada mais mágico do que ver um filme, as luzes se acendem e ali, na sua frente, estão os personagens que você acabou de ver em tela, o diretor, o produtor daquela história. Esse é o objetivo principal de um festival de cinema”.
Jana Wolf, da European Film Market, que atua no desenvolvimento de estratégias internacionais e construção de pontes com a América Latina, pontuou o fato de todos os três festivais presentes na Mesa trazerem essa experiência da sala de cinema, conexão entre público e diversas histórias, mas também contarem com um espaço dedicado ao mercado internacional: Sanfic com o Sanfic Indústria e FICG com o Encontro de Coprodução. “É muito importante que estejamos juntos aqui, pois são festivais tão diferentes e nasceram pela mesma razão”, destaca ela que contou também sobre o viés político no nascimento dos festivais, trazendo como exemplo o histórico da Alemanha na memória coletiva, e o desejo de, através da arte, do Festival de Berlin, mostrar um outro lado.
Ao final, o público também teve a oportunidade de trazer questões para a mesa e tirar dúvidas quanto aos processos dos festivais, bem como trazendo a visão de realizadores em busca de um espaço.
O ECM+LAB especial Ibero-América faz parte da programação do FAM 2025 e conta com o apoio institucional da APRO, da BRAVI e Brazilian Content. Com apoio do Projeto Paradiso e do Programa Ibermedia. Realização Associação Cultural Panvision e Muringa Produções Audiovisuais.
O 29º Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2025 é um projeto cultural produzido através da lei de incentivo à cultura. Tem o apoio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Prefeitura Municipal de Florianópolis, através do Edital especial Lei Paulo Gustavo e do Prêmio Catarinense de Cinema, Fundação Catarinense de Cultura, Governo do Estado de Santa Catarina e Programa Ibermedia. Patrocínio ANCINE - Agência Nacional do Cinema, Itaú Unibanco e Sebrae. Patrocínio Master Petrobras. Realização Associação Cultural Panvision, Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.